terça-feira, 8 de novembro de 2011

Sete?

E já lá vão quê? Quatro, cinco, seis meses? Sete! Sete meses desde o ultimo post.
Isto de ser mãe de dois, mulher de um e médica de muitos é bem capaz de fazer uma pessoa não ter tempo nem de pegar no computador quanto mais de escrever alguma coisa com ele.

A piolhagem cá de casa já anda. Muito. Normalmente sempre para lados opostos (qu'é feito daqueles gémeos que andam sempre juntinhos?). E caem ainda mais. Estão lindos demais e são perfeitos.

O internato já encarrilou (finalmente!) e daqui a três dias, hospital novo, pertinho de casa, só mesmo a fazer cirurgia pediátrica.

Já tenho um armário para a minha maquilhagem (ó futilidade abençoada!).

Pronto, em linhas largas foi isto que aconteceu nos últimos sete meses. ainda que pareça minimalista é mesmo assim que sinto o tempo. A correr.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sobre a boda real

1. As filhas de Sarah Ferguson resolveram vingar-se do facto de a mãe não ter sido convidada para o casamento. Se a intenção era arruinar a foto de familia, conseguiram!



2. Isto de se casar á sexta-feira lembra-me os casamentos em Angola.... Será a globalização?

3. Kate (ups, Catherine) auto-maquilhou-se para o seu casamento. Queria ficar igual a si mesma. Pontos, pontos, pontos. Fiquei fã.

4. Eu casava-me só com a tiara que ela levou. O vestido podia ser da Zara, quem precisa de vestir-se quando tem uma tiara daquelas?

5. Eu não sou de intrigas mas só na ala dos homens é que vi televisões ligadas para ver o casamento... Serão os homens a mudar ou a patologia cirúrgica torna-os mais sensiveis?


segunda-feira, 7 de março de 2011

Como é...

... operar um recém nascido depois de ter os meus?

Afffff...

É um nó na garganta. Uma grande responsabilidade, ainda maior que já era. Porque é o filho de alguém. É o pequenino ou a pequenina de alguém. É o motivo do quartinho cor de rosa de alguém. É o bebé que faz os barulhinhos mais deliciosos do mundo para alguém. É tudo para alguém.

É-me impossivel não me rever nas lágrimas dos pais (normalmente das mães, os pais tendem a abraçar a mãe e a aguentar-se estóicamente - conosco foi assim, tenho reparado nisto e tem sido assim sempre). É impossivel não me lembrar dos primeiros dias de vida dos meus filhos, da impotência e da dor de não poder fazer nada excepto ir para o pé da incubadora e cantar baixinho "can't take my eyes off of you" até à exaustão.
Tem-me doído falar com os pais, olhar para eles. Porque os meus filhos sobreviveram e ficaram bem e dói-me não poder prometer isso.

Doem-me ainda mais os pequeninos. O ar indefeso que vem normalmente junto com um pequeno humano que pontapeia, chora e nos foge debaixo das mãos. Vencemo-los pela anestesia mas vê-los adormecidos é ainda mais duro.

Quando se põem os panos e se ligam as luzes, já não quero ser a mãe. Tento esquecer-me dos meus filhos e das minhas dores e das minhas duvidas e deixar que a técnica e o rigor me movam. Porque só assim, com o coração ao alto, se consegue operar alguém, novo ou velhinho.

O que me move é um amor grande pelo que faço, são as borboletas na barriga e é a forte convicção de que só fazemos o que tem de ser feito e cada vez que pousamos um bisturi na pele de um recém nascido é por um motivo muito forte.


... E agora vou ali fazer um bocado de psicoterapia e já volto...



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

São Valentim

Eu não gostava do dia dos namorados. Eu tinha até uma certa antipatia por São Valentim (semelhante à que nutro pela padeira de Aljubarrota, mas isso fica para outra ocasião). Abominava o cupido.

Agora, desde que esta pessoa especial apareceu na minha vida, não consigo fazer outra coisa a não ser adorar São Valentim.

Venham os ursos de peluche, os jantares à luz das velas, as lingeries provocantes e o amor eterno. Venha tudo o que de piroso este dia possa ter, mas venham também todas as celebrações de amor. Por nós, pelo outro. Por aquele que nos acompanha nesta viagem louca.

Porque o amor é tudo. E o amor pode muito bem ser um urso de peluche. Um jantar à luz das velas. O amor pode ser uma lingerie provocante. Uma festinha na mão antes de dormir. Ou dois bebés.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Eu, grandessissima preguiçosa, me confesso...

Confesso, pois.
Que não ponho os pés no ginásio há muito mais dias do que os que gostaria de admitir. Que quando o telefone toca e vejo que é de lá, não atendo de propósito. Já é suficientemente mau assumir que não tenho ido tanto quanto devia. Ter de explicar e desculpar-me mais do que três vezes seguidas ao menino musculoso, é obra.
Além disso não posso andar sempre a culpar os gémeos de tudo.
É verdade que, se eu conseguisse dormir à noite, talvez de manhã tivesse vontade de ir ao ginásio. Talvez. Mas provavelmente não ia na mesma.

A verdade é que não gosto de ginásios, nem de ginásticas nem de nada que implique correr, jogar com bolas e coisas do género.
É triste ser assim mas, grandessissima preguiçosa que sou, assumo. Triste. Senão vejamos, por essa blogosfera, facebooks, twitters e afins anda meio mundo a correr, com planos de treino que cumprem rigorosamente. A outra metade faz bodycombat ou bodyqualqueroutracoisadogénero, também numa base regular. Três vezes por semana. É animado e fixe mas eu, só de pensar nisso, já fico cansada.

Ah, e tal, é porque não precisas. Enganam-se queridinhas. Preciso sim. Que perder os 15 kilos foi facil, muito fácil. Dificil tem sido lembrar ao meu corpo que não é um pudim flan.

Mas isto agora vai mudar, ai vai vai. Fevereiro vai ser o novo Janeiro. Nada de novo, sou sempre um bocado retardada nas resoluções de fim de ano. Amanhã (re)começo (pela enésima vez) o exercicio de novo. Tá dito.

E agora vou ali acabar a caixa de Ferrero Rocher que a partir de amanhã para além de um corpo escultural vou ter sempre uma glicémia inferior a 50.


terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Amores-perfeitos

Acho que os meus filhos já gostam de mim. Sim, porque nos primeiros meses só nós é que gostamos deles. Eles nascem, choram, fazem cocó, têm cólicas, sorriem para os bonequinhos do mobile... E um dia gostam de nós. Um dia é o nosso colo que os acalma e não qualquer colo. É a nossa voz que pára o berreiro quando o carro pára no semáforo (oh xuxu da mãe, princesa linda, bichinho bom...). A nossa, e mais nenhuma. Um dia eles acordam e riem para nós. E pronto, nesse dia eles já gostam de nós. Os meus filhos, gémeos "diferentes" que são (haverão gémeos iguais?), gostaram de mim em alturas diferentes.

Na verdade eles amam-me (sim minha doutora pediatria favorita, obrigado por acalmar os meus receios de que eles nunca gostariam de mim...). Mesmo.

(Até aos 9 anos... Depois voltam a odiar-me, já sei.)

E, sendo tão dificil encontrar um amor verdadeiro e reciproco, ser amada por duas pessoinhas ao mesmo tempo tem mesmo de ser a melhor sensação do mundo.