sexta-feira, 25 de junho de 2010

Decisões

Depois do susto das renovadas contracções dei por mim a (finalmente) acreditar que não dá para ser mamã-cirurgiã e "andar a salvar vidas" 12 horas por dia em cima das pernas com dois bebés na barriga, só com a desculpa de que "não consigo não ser assim". Apercebi-me que não há cinta com reforço lombar (um must de toda a gravida) nem meias de descanso que me salvem se não puder sentar-me de vez em quando, comer regularmente e beber água. Apercebi-me que há dádivas que não se podem descurar e decidi, pela primeira vez na vida, pelos meus filhos.

Se custou? Sim, não minto, sob pena de parecer uma megera aos olhos das mães extremistas. Sou médica há 5 anos, antes disso já o era em coração há, pelo menos 7. Muito tempo. Sou mãe há 5 meses. Inicialmente senti-me a trair a minha profissão mas, em cinco meses, já consegui perceber que, por agora, tenho uma nova missão. E se não falhar enquanto profissional é importante, garantir que, no que depender de mim, estes bebés têm a possibilidade de viver e a oportunidade de ser saudáveis, é-o muito mais.

Agora como, bebo água e descanso a horas regulares. E bordo, que os nós aprendidos na cirurgia hão-de servir para alguma coisa...

sábado, 12 de junho de 2010

Dos barulhos que nos irritam...

Bem sei que o Mundial é na Africa do Sul.
Bem sei que cada um faz barulho como quer.
Mas... vuvuzela?
Desde pequena que desgosto do som da vuvuzela, é monótono.
Mas é tribal. É tradicional. Ok, uma vuvuzelada de vez em quando não faz mal a ninguém. Mas 90 minutos a ouvir vuvuzela??
Da proxima emprestamos um quissange, uma marimba, ou até um reco-reco.
Vuvuzela é que não.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Planos...

"Os nossos filhos vão ser extraordinários. Ele vai ser super inteligente como eu e inventar a cura para o HIV. Ela vai ser linda como tu mas mais alta, vai ser modelo e dominar as passerelles!"

Deixa uma pessoa de ser criança para conseguir ter médias para entrar no curso com maior média a nivel nacional, perde essa pessoa seis anos da sua juventude fechada em bibliotecas a queimar pestanas para acabar o tal do curso. Estuda dois anos para conseguir entrar numa especialidade em que trabalha o dobro para conseguir provar o mesmo que os colegas do sexo masculino. Tudo para tentar mostrar que não basta ser uma carinha bonita. E ele agora quer que a nossa filha seja modelo???

Só não me zanguei porque algures na conversa ele me disse que eu era linda :)

terça-feira, 8 de junho de 2010

It's a boy... and a girl!

De coração cheio. Cheinho, sem caber cá mais nada.
Os taquinhos estão bem, morfológicamente falando. Nem quistos coroideus, nem fendas labio-palatinas, nem malformações cardiacas, nem onfalocelos, nem mielomeningocelos nem nada dessas coisas que me têm atormentado nos ultimos tempos.
Estão os dois bem. Um menino e uma menina.
Ele enorme, cabeçudo, orelhas de abano, passou o tempo todo a dar pontapés à mana.
Ela pequenina, encolhidinha, no canto dela.
E nós, babadissimos, agradecidissimos e com a sensação de que temos sido muito, muito abençoados.

domingo, 6 de junho de 2010

O meu momento Nicola...

Um dia sentes um pontapé nosso na barriga...

... Hoje foi o meu dia!

Speechless.